Eu engordei. É chato, mas acontece. O luto faz isso com a gente, querendo ou não. Sempre tive uma vida ativa. Já pratiquei várias atividades físicas desde pequena: ballet, natação, ginástica olímpica, pilates, corrida, dança, musculação, yoga, tudo.
Mas aí quando a coisa aperta, você simplesmente larga toda a sua vida pra cuidar de quem você ama. Larga absolutamente tudo mesmo. Tudo. Por amor. Porque sim. Mas aí, independente dos seus esforços a pessoa se vai, é a hora dela. E quando ela se vai você fica sem saber o que fazer com sua própria vida. Por um tempo você não quer fazer nada com sua própria vida. Faz parte do sofrimento.
Faz parte do sofrimento procurar consolo e a coisa mais fácil e imediata que te oferece conforto é a comida. Comer é bom. Gostar de guloseimas não é errado. Não há porquê se culpas por isso. Está tudo bem se consolar desta maneira. Existe até um nome para esse tipo de comida, o Comfort Food. Comfort Food é um carinho que você faz ao seu organismo. Mas chega um momento que é preciso cortar esse ciclo. Pois, apesar do comfort food ser um carinho momentâneo, pode trazer consequências piores do que simplesmente engordar, ou deixar a pele horrível. A má alimentação pode trazer sérios problemas de saúde. Além disso tudo, é preciso se reencontrar.
O caminho de volta é difícil. Só quem passou por isso sabe o quanto é difícil encontrar sentido pra vida novamente. Mas aí a gente se apega às memórias dos que se foram e tenta viver da maneira mais honrosa possível. E é neste ponto que a gente precisa se apegar todos os dias de manhã pra conseguir levantar de manhã e retomar nossas atividades, sejam atividades profissionais, do cotidiano ou atividades físicas. É aos pouquinhos que isso acontece. Os resultados demoram a aparecer, todos os dias você precisa encontrar forças pra não desanimar, e cada novo passo, uma nova conquista.
Eu estou retomando minhas atividades. Estou conseguindo voltar a correr e superar meus limites na academia (faço esteira, transport e bicicleta). Voltando a comer de maneira saudável como sempre fiz, sem abrir mão de um chocolatinho de vez em quando. Devagarzinho, com ajuda das atividades físicas, somadas à reeducação alimentar, vou eliminando os quilos do luto. Tá sendo um processo lento, mas não vou desistir. Sabe por que? Porque voltar ao corpo que eu tinha antes e à relação que eu tinha comigo mesma é algo que preciso fazer para me reencontrar. Parece fútil ou superficial, mas é uma busca completa que envolvem vários fatores da vida, incluindo o condicionamento físico. A endorfina liberada através dos exercícios nos ajudam a me sentir melhor comigo mesma e até mais feliz. É preciso combater a preguiça diariamente sim. Mas vale a pena. Afinal como dizem por aí, no pain, no gain.
Depois eu conto pra vocês o resultado desse esforço.
Beijos e até a próxima!
Começar é sempre o mais difícil, mas é o primeiro passo e o importante. E por aqueles que se foram devemos sempre dar o nosso melhor os horando com nossa vida.